quarta-feira, maio 24, 2017

TRANÇANDO LAÇOS E RELAÇÕES

A relação entre pensamento e vida, entre as idéias que o ser humano cultiva e a vida concreta, entre as reflexões filosóficas da vida e do mundo e o dia a dia do cotidiano, como trançar todos esses laços? Não afastar da vida do meu chinelo, dos meus filhos, dos meus pais, dos meus amigos, dos meus inimigos, dos meus vizinhos, mas levar para esse mundo o que encontro nos livros, nas teses filosóficas, nos tratados sociológicos e nas idéias de pensadores do passado, depois trazer de volta esse adubo e fertilizar o  mundo concreto de meus desejos, de anseios e das minhas relações sociais, enriquecendo a mente e clareando os próximos passos.
é  possível?
Como posso aprender a viver, gastando a maior parte do tempo na luta para manter-me vivo? Nalgum momento da vida meu pão de cada dia pode estar assegurado, mas o alimento da mente não corre risco de faltar? Como exercitar o cérebro assim como se levanta pesos em uma academia para fortalecer os músculos?
Outro dia, depois de ler uma volumosa biografia de Benjamin Franklin, desejei passar alguns dias sem ler outro livro e folhear, por algum tempo, os meus próprios neurônios agitados e, talvez, observar as idiossincrasias dos amigos e dos políticos. Exercitar a mente viajando ao passado tende a enfraquecer minhas pernas. Corro o risco de tropeçar na realidade do que se passa a volta. Quero comentar aquela leitura, mas deixo para outra ocasião, pois meu pensamento agora quer desenvolver músculos por outros meios, como observar pássaros no alto da montanha ou tirando um tempo para conversar com amigos e parentes.

A preocupação é a de não deixar que os contornos musculares do cérebro se atrofiem por falta de atividade. Decidi, por alguns dias, ler o “livro aberto da vida” para concluir com uma frase de poesia barata.

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