terça-feira, agosto 11, 2015

Pergunta impertinente: Afinal, a riqueza trás ou não a felicidade?



Gosto de chamar esse tipo de pergunta de pergunta de segunda ordem, ou seja, ela trás em seu bojo uma série de pré-conceitos que, se não forem analisados antes, não adianta responder a uma pergunta desse tipo, pois ela pode não ter sentido algum e responder sim ou não, pouco importa. Se você estiver fazendo uma pesquisa para ver o  que  pensam as pessoas vá lá, pode ser que faça algum sentido. De qualquer forma se noventa e nove por cento das pessoas pesquisadas responderem sim em vez de não, ou não em vez de sim, revela apenas opiniões e opiniões não são critérios de verdade. Quando se faz uma pergunta dessa, revela-se que as pessoas buscam felicidade fora de sim, em coisas, em outras pessoas, em consumismo, em festas, em viagens a lugares fúteis. Antes de tentar responder uma pergunta como essa, não faz mal nenhum perguntar se a felicidade está na diversão, na gastança, no luxo ou está na vida simples, na vida regrada, modesta mas suficiente. Pode-se também analisar a possibilidade de a felicidade ser encontrada na compreensão da vida, no autoconhecimento, na sabedoria de fazer escolhas que não tragam prejuízos físicos, psicológicos e financeiros. A maioria das pessoas passa suas vidas sem exercitar seus músculos mentais e usam o tempo consumindo as energias do corpo muito próximo da forma como vivem os animais. Vivemos rigorosamente do cultivo de uma espécie de pobreza de espírito, talvez acreditando que com isso conseguiremos acreditar que somos eternos, indestrutíveis e inteligentes o bastante para enganar a casualidade, a corrosão do tempo e a precariedade da vida. Mas, a todo o momento vemos gente surpreendida pela morte, pelo acidente furtivo, pela doença inesperada, pelas amargas conseqüências de escolhas feitas sem avaliações críticas. Muitos acordam tarde de mais para descobrir que viver não é uma eterna brincadeira e que a tragédia ou a boa sorte tem mais ou menos a mesma probabilidade de nos surpreender a qualquer momento. 

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