sexta-feira, janeiro 16, 2015

DEPOIS QUE TUDO PASSA, O QUE FICA?

Nosso corpo é finito, nasce da combinação de moléculas e termina com  a desagregação das mesmas moléculas. Antes de ser gerado nós não existíamos, depois de gerado, crescemos, ficamos adultos, envelhecemos e depois morremos, desmanchando toda aquela combinação extremamente complexa de átomos  e tudo o que sobre são moléculas primárias. Nossa pessoa deixa, então de existir, sobrando apenas alguns agregados de cal por mais algum tempo. Antes não existíamos, depois não existiremos mais. O que fica?
Ficam nossas obras. Podem perdurar as conseqüências de nossos atos e as marcas de nossa ação. Quando Leonardo da Vinci montou a tela no fundo do ateliê e começou a esboçar os traços que iam terminar numa das mais famosas pinturas de todos os tempos, pensava no futuro, na imortalidade daquela obra? Pintou ele a Mona Lisa com a intenção de tornar sua pintura uma arte para durar a eternidade?

Da mesma forma podemos imaginar Platão, depois de presenciar seu mestre beber o veneno de  sua sentença, sofrer a angustia de vê-lo apagar lentamente com apenas alguns gemidos, mas, ao mesmo tempo, desejando que todos os que estavam a sua volta continuassem a levar suas vidas da melhor maneira possível. Platão deve ter saído dalí  com a idéia de contar a história de seu mestre e, com isso, imortalizar tanto os atos de Sócrates quanto as suas próprias idéias e crenças. Quando decidiu escrever “A defesa de Sócrates” estaria imaginando que, com isso, deixaria para a posteridade uma obra imortal?

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