quinta-feira, maio 07, 2015

AS LEIS NÃO SÃO MÁGICAS

Eu vinha pela rua, atravessando na chamada faixa de pedestre, quando um carro apareceu bruscamente e, sem ligar a seta, dobrou à sua esquerda em minha direção. Eu já estava quase no meio da rua, e o motorista do carro tocou na buzina em advertência e passou rapidamente pelo espaço entre eu e a calçada, a trinta centímetros de mim. Instantaneamente subiu-me um ódio do motorista apressado e lembrei quase simultaneamente da lei de direitos do pedestre. Era uma raiva, inicialmente contra o tal motorista, mas depois foi se desviando para as leis de trânsito. Perguntei a mim mesmo como seria minha raiva se não houvesse nenhuma lei de trânsito?  Estaria eu menos protegido do que estive naquele momento, com todas essas leis e esses regulamentos de trânsito?. Afinal, para que serve a lei? Ou precisamente: essas leis tem alguma funcionalidade para me proteger, talvez por meio de  algum poder divino, de não ser atropelado?

O problema dessas leis, como muitas outras,  é que demandam um aparato policial, demandam vigilância, demandam um corpo de pessoal com a função, ou de forçar as pessoas a cumprir as leis, ou de castigar. Agora, quantas faixas de passagens existem em São Paulo, quantos cruzamentos em encontros de ruas e avenidas, sendo a cada momento utilizados pelos milhões de pedestres?
Para que leis, com a intenção de proteger os pedestres, fossem realmente eficientes, seria necessário  um policial em cada esquina, ou uma autoridade qualquer, com o poder de multar, prender ou pelo menos inibir esses atos. 

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