sexta-feira, dezembro 17, 2010

O MELHOR DO DIA

Abel Aquino

Levantei da cama sem pressa. Abri a janela e olhei a semi-escuridão. As galinhas ainda estavam no puleiro e o gado dormia junto à porteira do curral. Olhei para o leste e vi o clarão amarelo do horizonte, o anúncio do amanhecer. Coloquei minhas calças e sai em direção à sala, deixando Chel dormindo. Calcei minhas botas e sai pela cozinha, abrindo a porta do fundo e saindo para fora, no ar fresco da madrugada. Peguei alguns troncos de lenha e voltei para acender o fogão. Procurei uma lamparina, risquei o fósforo e encostei-o no bico entumecido de querozene. A chama iluminou a cozinha. Arrumei as achas na boca do fogão e puxei a tampa da lamparina e derramei um pouco de querozene sobre a lenha.
Sentei-me no banco de madeira, estiquei as pernas, fechei os olhos e deixei meus pensamentos flutuarem no tempo e no espaço de meu universo. A manhã é a melhor parte do dia e o que sinto nessa hora, determina todo o resto.

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